Wednesday, November 15, 2006

Eu voto sim!



Quem me conhece sabe o forte desejo que sempre tive de ser mãe. È, sem dúvida, um dos meus maiores sonhos, uma das minhas maiores realizações. Chamem-me antiquada se quiserem, mas como mulher só me realizarei quando tiver um filho(a). Obviamente, que gostava de o dar á luz, de passar por todo o processo de gravidez (talvez dispensa-se os enjouos e vomitos, mas o que não faz uma mãe...).

Hoje, foi aprovada a pergunta a ser feita no referendo ao aborto. Para quem quer tanto ser Mãe, para quem já é Mãe, raios... para toda a gente que tenha o minimo de consciência, este é um assunto delicado e «dorido». Não haja dúvida que não é apenas uma questão moral, mas uma (séria) questão social. Ninguém, em perfeito juizo, pode dizer que é a favor do aborto! Acabemos com os falsos moralismos de quem afirma que votar «sim» no referendo é votar a favor do aborto!

Eu votarei sim, sou militante do sim. Já o fui no primeiro referendo. Mas, não sou a favor do aborto. Sou sim, a favor da despenalização deste! Como mulher, como ser humano, não consigo entender que uma mulher recorra ao aborto, nao como soluçao extrema, mas como recurso tardio a um método de controlo de natalidade. Mais do que focar a questão no aborto, dever-se-ia focar a questão nas condicionantes, nos motivos, que levam cada vez mais mulheres a recorrerm ao aborto. Mulheres...? Muitas delas são ainda crianças...

O combate dos defensores do «Não matem o Zésinho», deviam preocupar-se mais sobre o porquê de algumas mulheres, crianças, verem no aborto a saída, a resoluçao dos seus problemas, e não no facto de o praticarem. Ninguém mais do que elas sofre com a decisão, com o acto em si.

Mais tarde, explicarei o porque de ser a favor da despenalizaçao do aborto. Hoje apenas senti necessidade de chamar a atenção nao para o aborto, mas para as campanhas falasiosas, maldosas, ignorantes. E, acima de tudo, para a problemática envolvente na questao do aborto. Mais do que o problema legal, moral, mas o problema social.

9 comments:

Unknown said...

Concordo inteiramente com tudo o que disseste, e nada mais acrescento, só direi mais uma coisa eu já abortei e ainda hoje sofro por esse momento e n foi de animo leve que tomei a atitude

paibabado said...

Off-topic...
eu tenho o mp3.
E consegui sacá-lo desse site, que já conheço há tempos.
Pensei é que tu não soubesses e pudesse ser uma boa surpresa.
Fica para a próxima......

Tiago said...

Falou e disse.

Concordo ctg. Sempre me inclinei para o sim.

Mais que tudo, a mulher ou o casal saberão o que será mais certo, com o devido apoio médico.

Jinhos.

Gaivota said...

Pois apesar de naturalmente ser acusada de antiquada, quadrada e outras coisas mais eu voto não. Voto não porque a despenalização é a desculpa que o governo quer para não ter de investir numa política efectiva de apoio real à maternidade (sobretudo à não desejada). E voto não porque não consigo conceber nenhuma razão válida para a realização de um aborto. Reconheço e respeito as opiniões divergentes da minha. Este é um assunto quente. Mas eu voto não porque gostaria de deixar aos meus filhos um país com um conjunto de normas que reflictam os valores em que eu acredito. E neste caso, par mim, o não é o mal menor.

Tiago Carneiro said...

Eu sempre fui um defensor confesso da interrupção voluntária da gravidez. Não por achar que se deva fazer abortos (acho que ninguém no seu perfeito estado de juízo acha isso) mas pk acho hipocrita não se admitir que eles se fazem. Quem tem dinehiro em portugal fa-los com condições quem não tem muitas vezes morre por causa das complicações de um aborto mal feito. A esmagadora maioria das mulheres quando decide fazer um aborto, eu acredito, não é porque dá cá aquela palha mas é uma decisão dolorosa que muitas vezes até traumas provoca (eu ja vi isso a acontecer). É hipocrita não assumir que se fazem abortos e por mulheres em bancos dos réus por fazerem um aborto, martirizar mais o que já foi martirizado. Era bom que pelo menos por uma vez POrtugal deixasse de ser hipócrita e um país de falsos valores moralistas.

Mamã Gaivota se o não é o mal menor esperemos que nunca nenhum dia vejas uma amiga tua morrer por ter feito um aborto em más condições. Ou então a vejas no banco dos réus. É que, sinceramente, nunca se sabe se um dia não poderá alguém perto de nós ter mesmo de o fazer.

Pensar e pensar e deixemos-nos de hipocrisias! E não é pel IVG ser legalizada que o número de abortos vai aumentar. Os números podem é passar a ser reais! Vejam-se todos os estrudos que se fizeram nos países aonde a IVG já é legal.

É um tema complicado sim mas

Gaivota said...

Pois eu acredito que vai aumentar. E também acredito que é mais barato (ao estado)investir em 2 ou 3 dias de internamento com cirurgia, que num acompanhamento real das dificuldades por que passa uma mulher nessa situação. Tens razão, não conheço nenhuma amiga nessas condições. Mas conheço várias que queriam e não podem engravidar. Para mim a fecundação é um poço de possibilidades e o aborto a resolução mais fácil (não fácil, mas mais fácil).Cada cabeça sua sentença. Continuo sem ouvir argumentos que me convençam do contrário. Como estamos num país democrático, iremos a referendo. Mas eu serei sempre objectora de consciência nesta matéria e penso nunca auxiliar a realização de um aborto. Isto, acreditando naturalmente que não mudarei de opinião.

Curiosa said...

Depois de ler o teu post, não resisti, acho que as minhas alunas estão a precisar de ler isto!!!
Parabéns!

Llyrnion said...

Hallo.

Eu tenho um mixed feeling sobre isto.

Por um ld, sou a favor da despenalização... por outro, sou contra o facilitismo.

O ideal seria um esquema do género "3 strikes", com um "período de quarentena".

À primeira, todos erram, no questions asked.

À segunda, se fosse após o "período de quarentena", no problem; é cm se fosse novamente a primeira. Senão,... questions asked, e n seriam poucas.

À terceira é de vez. No mínimo, planeamento familiar obrigatório. Se tivesse filhas adolescentes, talvez n fosse má ideia ver a situação das raparigas, pq o exemplo vem de cima...

Enfim, utópico, n é? Eu sei. Mas acho q seria uma forma de dar a liberdade q concordo q se deve dar, mas de uma forma responsável.

Se é verdade q há mt mulher q olha pa o aborto cm aquilo q é - um último recurso pa uma situação complicada, a ser utilizado mt raramente, n sei se n haverá mts outras q o passarão a ver cm algo "rotineiro".

Digo "não sei" pq n sei, realmente.

:* gd. amiga.

Anonymous said...

"Eu votarei sim, sou militante do sim. Já o fui no primeiro referendo. Mas, não sou a favor do aborto. Sou sim, a favor da despenalização deste!"

SE TIVESSES DOIS DEDOS DE TESTA CONSEGUIAS VER QUE ISTO NAO FAZ O MINIMO DE SENTIDO. SE ES CONTRA O ABORTO VOTA |||||NAO|||||. VOTAR SIM É APROVAR A DESPENALIZAÇAO DE HOMICIDIOS DE INOCENTES. MUITAS PESSOAS, ENTRE AS QUAIS VOCE DEVE ESTAR INCLUIDA, SAO CONTRA A PENA DE MORTE. ORA SE ALGUEM É CONTRA A PENA DE MORTE DE CULPADOS E APROVA O HOMICISO DE INOCENTES COMO É QUE ESSE ALGUEM PODE ESTAR EM BOAS CONDIÇOES MENTAIS PARA DAR O VOTO EM MATERIA DESTA IMPORTANCIA?????
(ISTO NÃO QUER DIZER QUE EU APROVE A PENA DE MORTE DE CULPADOS). EM PORTUGAL A PERCENTAGEM DE CATOLICOS ROMANOS (EM 2001) ERA DE 97% (FONTE: ATLAS MUNDIAL DO JORNAL PUBLICO). EU NAO ACREDITO QUE DESDE ENTAO ESSA PERCENTAGEM TENHA DESCIDO PARA MENOS DE 50%. AGORA PERGUNTO-TE COMO É QUE NUM PAIS COM LARGA MAIORIA DE CRISTÃOS CATÓLICOS ROMANOS MAIS DE 50% SEJA A FAVOR DA DESPENALIZAÇAO DO ABORTO??????
E NÃO ME VENHAM DIZER QUE DESPENALIZAR O ABORTO NÃO É LEGALIZA-LO, PORQUE É